Ageflor – Associação Gaúcha de Empresas Florestais

Inteligência artificial ajuda no controle de pragas no eucalipto

Em parceria com o hub de inovação da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), a Gerdau conseguiu reduzir em um terço o tempo necessário para a contagem de pragas exóticas das florestas de eucalipto da companhia, utilizando Inteligência Artificial. O eucalipto é transformado em carvão vegetal para a produção de um aço mais sustentável.

A tecnologia para maior agilidade de controle foi desenvolvida pela startup IA Sense por meio do Gerdau Challenge FIEMG Lab. Um ano depois de a companhia lançar o desafio, os resultados já começam a aparecer. A gerente de Pesquisa e Qualidade da Gerdau Florestal, Amanda Rodrigues de Souza, explica que pragas exóticas são aquelas que não têm origem brasileira.

São pragas australianas, assim como o eucalipto, o que justifica sua ocorrência nas florestas, devido à similaridade das condições climáticas e adaptação aos materiais genéticos de Eucalyptus produzidos em nosso país.

Ela destaca a importância do monitoramento e manejo integrado de pragas (MIP), com o intuito de minimizar o impacto negativo na produtividade de florestas de eucalipto, adotando práticas que preservam o meio ambiente.

“Algumas das principais pragas exóticas do eucalipto introduzidas no Brasil em 2008 foi o percevejo-bronzeado (Thaumastocoris peregrinus). Altas infestações desse inseto podem reduzir entre 10 e 20% a produtividade da madeira”, explica Souza.

Devido à grande extensão da área florestal, concentrada na região norte de Minas Gerais, o processo de contagem e resultado da análise era muito demorado, trazendo impactos para a estratégia produtiva. Os resultados das análises são utilizados para subsidiar a tomada de decisão em relação ao manejo integrado de pragas, por controle químico e/ou biológico.

Inovações de processo
As empresas têm investido cada vez mais em pesquisa para otimizar processos e aumentar a produtividade, inclusive por meio de programas de inovação aberta com as federações da indústria e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). A parceria Gerdau e FIEMG Lab já tem seis anos, período em que foram realizados mais de 15 projetos, conta Bruna Silva, coordenadora do hub de inovação.

Ela destaca que o programa oferece diversos benefícios para as startups e spin-offs participantes. Entre eles, estão oportunidades de negócios, realização de provas de conceito remuneradas, oportunidade de expansão da solução após a validação do teste, colaboração e aprendizado entre FIEMG Lab e a equipe de especialistas da Gerdau, além de apresentar a solução da startup para diversas áreas da indústria.

Durante os testes da ferramenta desenvolvida pela startup IA Sense para o desafio lançado em janeiro do ano passado, de contagem e identificação de pragas exóticas de eucalipto, eles realizaram uma prova de conceito que chegou a resultado idêntico ao obtido no processo manual, com a vantagem de reduzir o tempo desprendido pelos técnicos de laboratório.

“A AI reduziu para um terço o tempo gasto na contagem das pragas, tornando o processo decisivo mais ágil e assertivo. Vejo tudo isso de forma muito positiva. Incluindo a tecnologia, conseguimos grandes avanços para a área operacional”, acredita Amanda Rodrigues de Souza, da Gerdau.

Além do aumento da produtividade, o uso da inteligência artificial no manejo de pragas traz também impactos ambientais muito positivos. “Dada a dimensão da nossa área plantada, há a necessidade de realização de controles químicos com aeronaves. A partir do momento que temos a celeridade e a assertividade do processo de contagem e identificação de pragas, é possível ampliar estratégias sustentáveis para o negócio, como por exemplo, o controle biológico”, celebra Souza.

Além da inteligência artificial, a Gerdau emprega outras tecnologias para otimizar a gestão florestal, incluindo a mensuração do volume de madeira e biorredutor, sobrevivência de plantio e mecanização das atividades operacionais.

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