O Comitê da Indústria de Base Florestal e Moveleira da FIERGS – Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul promoveu na quinta-feira (17) o Encontro da Cadeia Produtiva de Base Florestal do Rio Grande do Sul, no Espaço Compet, na sede na entidade. O evento teve na programação apresentações da presidente executiva da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Elizabeth de Carvalhaes, do vice-presidente da STCP – Consultoria de Projetos , Joésio Siqueira, de Walter Lídio Nunes, da CMPC, além do presidente da AGEFLOR, Diogo Leuck. Na abertura, o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, ressaltou a importância de haver uma política de desenvolvimento para o setor.
Os dados coletados durante o Encontro da Cadeia Produtiva de Base Florestal servirão de base para a elaboração de um documento, que será encaminhado aos candidatos a deputado e ao governo do Rio Grande do Sul. “Nosso objetivo é que se crie uma consciência da necessidade de retirar os entraves para o desenvolvimento deste setor industrial no Estado. Já faz dez anos que estamos na luta para estabelecer um projeto de floresta-indústria, mas estamos decrescendo em vez de crescer”, informou o coordenador do Comitê da Indústria de Base Florestal e Moveleira da FIERGS, Walter Rudi Christmann.
A palestra principal foi proferida pela presidente executiva da Ibá, Elizabeth de Carvalhaes, sobre O Setor de Base Florestal no Brasil e no Mundo. Segundo dados da Ibá, em 2016 o Brasil destinava 34% da sua área plantada à celulose e papel, 29% a produtores independentes, 14% à siderurgia e carvão mineral e 6% para painéis de madeira e pisos laminados. Além das vantagens para a indústria, Elizabeth enumerou também os benefícios para o País e ao meio ambiente caso a área das florestas plantadas no Brasil seja ampliada.
Atualmente, 7,8 milhões de hectares de árvores cultivadas retiram da atmosfera e estocam 1,7 bilhão de toneladas de dióxido de carbono, equivalente a um ano das emissões brasileiras. “Esse carbono, monetizado, vai permitir que o Brasil possa, com o saldo positivo absorvido nessas florestas ceder, via comércio, para outras regiões do mundo que não tem condições de fazer essa melhoria climática”, afirmou. Ela citou o caso da Alemanha, um país essencialmente industrial, mas com pouca área disponível para plantio de novas florestas. Desta forma, o Brasil, com excedentes florestais, poderia “vender” seus créditos de carbono, em um mercado criado com o objetivo de reduzir os gases do efeito estufa, atribuindo um valor monetário à sua redução. “O crédito de carbono vai ser a mais importante commoditie em um futuro muito próximo”, afirmou.
O vice-presidente da STCP, Joésio Siqueira abordou o Setor de Base Florestal na Região Sul do Brasil – Perspectivas Econômicas, Sociais e Ambientais. “Não é possível que o Rio Grande do Sul continue restringindo o plantio, com apenas 1% de seu território ocupado”, disse. Walter Lídio Nunes abordou as dificuldades impostas a investimentos estrangeiros, enquanto Leuck complementou com as dificuldades e burocracia no licenciamento do Estado.
O presidente da AGEFLOR também apresentou dados do setor no RS e seus mercados. Segundo Leuck, não se pode falar em apagão florestal sem analisar detalhadamente a demanda pela madeira de cada espécie, lembrando que acácia e eucalipto competem no mercado de energia. “Por isto o cadastro florestal é fundamental para analisar os estoques (por idade), oferta e demanda de cada espécie; aí sim poderemos dizer o que poderá faltar ou sobrar de madeira no RS. Por exemplo, é certo que as florestas jovens de acácia vem se valorizando e a demanda mundial pela madeira crescendo, o que indica que a acacicultura tem um futuro comercial promissor pela frente. Para tanto só é necessário que o Governo não criminalize a silvicultura e implemente a tão esperada segurança jurídica e isonomia agrícola que o setor pede há anos”, afirmou.
Faça donwload das apresentações do Encontro da Cadeia Produtiva de Base Florestal do RS: