Paulo Cesar Nunes Azevedo*
Nestes tempos de pandemia foi necessário analisar sob vários aspectos o que é essencial em nossas vidas. Para definir o essencial, é indispensável identificar o que nos faz falta. Quanto mais conhecimento houver inerente numa coisa, tanto mais amor. O amor é o sentimento que leva uma pessoa a desejar o bem a outra ou a uma coisa. Segundo Erich Fromm, o amor não é algo espontâneo, ele deve ser aprendido. Conhecer, aumenta nosso amor.
Amamos nossas vidas e buscamos preservá-las. Por isso estamos incorporando novos hábitos, como a proteção por máscaras. Se o aumento de demanda por elas foi logo suprido pela indústria, especialmente a de papel, ficou evidenciado o quão necessário para nós é esta matéria-prima. Se o papel sempre foi algo de extrema importância na história do homem, hoje, ele é essencial. Sendo assim, é essencial toda a cadeia produtiva de base florestal. Todos os plantadores de árvores das quais se aproveita a fibra de celulose e empresas de transformação que elaboram centenas de produtos igualmente essenciais.
São essenciais porque o enfrentamento da pandemia também requer papel toalha, lenço, guardanapo, papel higiênico, tantos outros materiais absorventes a partir da fibra de celulose ou mesmo a celulose solúvel que encapsula remédios. Papel ainda para embalagens de remédios, para caixas utilizadas no transporte de todos estes e outros materiais.
O cotidiano da casa e do trabalho é possibilitado pela existência de produtos dessa indústria. Alimentos, remédios e produtos de limpeza chegam até aos supermercados e farmácias e depois também às residências pelas compras online nas caixas de papelão ou pelo delivery em sacos e sacolas de papel. O valor de produtos com origem florestal também está na educação, informação e documentação, através dos cadernos, livros e tantos tipos de materiais impressos de divulgação, de correspondência, de ordem legal e fiscal e para uso em escritório.
Mesmo objetos que chegaram a ter uso reduzido, caso de copos e canudos, voltam a ter valor porque são feitos com papel e celulose que provêm 100% de plantios renováveis. Árvores que são plantadas colhidas e replantadas com práticas sustentáveis, cumprindo a legislação ambiental, com acordos ambientais internacionais e gerando desenvolvimento social. Mais da metade das áreas com plantação de árvores possui certificação ambiental internacional e esse número cresce a cada dia. As plantações florestais atendem sustentavelmente as demandas da sociedade e reduzem a pressão que recairia sobre as florestas nativas.
Quanto mais conhecemos o papel, maior é o nosso amor por ele. Estamos sempre preocupados com nosso papel, seja ele social, ambiental e econômico. Seguimos trabalhando porque temos nosso papel a cumprir de manter a cadeia de suprimentos para que o alimento, o remédio, o produto de limpeza, o equipamento de proteção ao profissional da saúde e de outras atividades, a energia e a comunicação cheguem ao maior número de pessoas no Brasil e no mundo.
Desenvolva o amor. Conheça seu papel.
* Paulo Cesar Nunes Azevedo é presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor)