Ageflor – Associação Gaúcha de Empresas Florestais

Ageflor projeta ano para matéria do Correio do Povo

O aumento do consumo de produtos de origem florestal, como celulose e papel, resinas, madeira cerrada, painéis e toras de madeira, deve estimular a expansão das florestas plantadas no estado em 2022 e nos próximos anos, projetam as entidades do setor. A expectativa de crescimento é baseada na demanda interna e principalmente na demanda da China e de outros países asiáticos, como Japão e Índia. Hoje, o Rio Grande do Sul tem 1,03 milhão de hectares de florestas plantadas, sendo 64,7% de eucalipto, 28% de pinus e 7,3% de acácia-negra, de acordo com dados do último anuário do segmento de base florestal publicado em 2020.

O ex-presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais, Paulo César Nunes Azevedo, disse que há uma demanda internacional crescente por resina de pinus, usada na produção de tintas, colas e cosméticos e tanino extraído da acácia, matéria prima das indústrias de couros, bebidas e medicamentos. “Em 2008 e nos anos seguintes (em termos mundiais), houve um desestímulo ao plantio de acácia e agora estamos tendo dificuldade para atender a demanda dos compradores”, afirma. Azevedo lembra que o processo florestal é de longo prazo. O eucalipto plantado no estado, que abastece a indústria de celulose, leva oito anos para atingir o ponto de corte, por exemplo.

O presidente eleito da AGEFLOR, Luís Augusto Alves, destaca o protagonismo que o setor ganhou nos últimos dois anos com a produção de equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras descartáveis, feitas à base de celulose. Alves vislumbra boas perspectivas para a indústria de base florestal, com aumento de exportações da pasta de celulose, acácia – vendida na forma de cavacos – e toras de madeira para países asiáticos. “O grande nó é até quando teremos florestas maduras para atender esses mercados”, avalia. Por isso, a estratégia das empresas para ampliação da base florestal é fundamental, segundo o dirigente.
Atentas a necessidade de expandir o plantio, as empresas vem investindo em programas de fomento atividade. Alves cita o exemplo da companhia chilena CMPC, que tem fábrica em Guaíba e anunciou, em 2021, uma parceria com pequenos e médios produtores rurais da Metade Sul gaúcha. No programa, oferecerá capacitação técnica para plantio de eucalipto e apoio na recuperação de áreas degradadas. “(Antes), o setor de base florestal tinha uma estratégia verticalizada, de comprar terras, plantar e colher”, observa o presidente da Ageflor.

Fonte: Correio do Povo

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