Ageflor – Associação Gaúcha de Empresas Florestais

CMPC mobilizou 143 empresas gaúchas na modernização da planta em Guaíba

Batizado de BioCMPC, projeto do grupo chileno CMPC tornará a planta da companhia em Guaíba uma das mais sustentáveis do Brasil no setor de celulose, além de aumentar em torno de 18% sua capacidade produtiva, o que representa acréscimo de cerca de 350 mil toneladas de celulose por ano.

Atualmente o empreendimento possui 80% das obras concluídas e a previsão é de que seja entregue até o final do ano. “O BioCMPC é um projeto que lançamos em 2021 e até hoje é o maior investimento privado da história do Rio Grande do Sul em sustentabilidade”, afirma Mauricio Harger, diretor-geral da CMPC no Brasil. Ele vem se somar a outro grande investimento da empresa no Estado, que foi criação de Guaíba 2, linha de produção de celulose da CMPC que teve sua implantação concluída em 2015.

Faltando cerca de 20% das obras para serem concluídas, as atividades do BioCMPC começaram com a supressão vegetal e abertura de ambientes para a instalação dos novos equipamentos e sistemas.

Na sequência, foram realizadas as obras de construção civil para, por último, serem incluídas as tecnologias necessárias para atualizar os processos e promover as melhorias na operação. “Hoje, contamos com o apoio constante das empresas Demuth e Valmet, mas o projeto tem o suporte de 336 companhias, sendo que 143 são do Rio Grande do Sul”, diz Harger, em referência às empresas de engenharia, construtoras e fornecedores contratados para modernizar a unidade de Guaíba.

Segundo o diretor-geral, o empreendimento tem investimento de R$ 2,75 bilhões e contempla 31 iniciativas de melhorias divididas da seguinte forma: 9 relacionadas à implantação de novos equipamentos de controles ambientais e o repotenciamento de sistemas já existentes; 8 iniciativas voltadas à gestão ambiental; e 14 ações de modernização operacional. “As 31 medidas que compõem o BioCMPC trarão expressiva contribuição em produtividade e sustentabilidade não somente para a unidade de Guaíba, mas para a indústria de celulose, uma vez que a planta se tornará referência em diversos temas relacionados a meio ambiente”, salienta.

Ainda de acordo com Harger, as ações previstas no BioCMPC irão reduzir as emissões de gases de efeito estufa. “Uma delas é a revisão e repotencialização do sistema de coleta de gases, tornando-o ainda mais eficaz. Com isso, a planta da CMPC no Brasil terá o melhor sistema de tratamento de gases do setor no País e um dos mais avançados do mundo.

 Outra medida que contribuirá para melhorar os indicadores de meio ambiente é o desligamento da caldeira de força a carvão e a instalação de uma nova caldeira de recuperação 100% limpa, que posicionará a planta entre os menores níveis de emissões atmosféricas das indústrias do setor no País.” Segundo ele, a planta de Guaíba já é referência mundial em economia circular, reciclando 100% dos resíduos sólidos oriundos do processo industrial.

Com as medidas do BioCMPC, a empresa continuará sendo uma empresa zero resíduos, mas diminuirá consideravelmente o volume de material gerado (composto químico originado na caldeira de recuperação) e eliminará 100% os resíduos de cinzas.

De forma pioneira no Brasil, a CMPC vai lançar o Centro de Controle Ambiental, espaço voltado a acompanhar de forma on-line a performance ambiental da empresa. Será um local com tecnologia de ponta para gestão dos indicadores e performance ambiental da planta industrial. Também a construção do BioCMPC segue a lógica sustentável. Além da utilização de mão de obra e fornecedores locais, evitando a migração de pessoas de fora, foram evitados canteiros de obras na área de empresa, ou seja, a estrutura é instalada em local distante da unidade industrial para não gerar transtornos às comunidades vizinhas. Outro fator importante é que se buscou afetar ao mínimo a mobilidade urbana da região. O ingresso de pessoas, máquinas e equipamentos é feito pelo acesso privado da empresa junto à BR 116, não gerando interferência no trânsito local. Os horários de obra também são diferenciados, com atividades ocorrendo de segunda à sexta, das 8h às 18h.

Não há obras no período noturno, nos finais de semana e feriados. Além disso, todos os resíduos gerados na construção são reaproveitados e transformados em novos produtos. Medidas de controle foram implementadas para que não haja alterações ambientais na vizinhança. “Antes a sociedade esperava que as empresas trabalhassem para reduzir seus impactos. Hoje em dia isso é apenas o ponto de partida. No século XXI se espera que as empresas não gerem problemas e ainda ajudem a sociedade a superarem seus próprios desafios. E é isso que estamos fazendo”, destaca Harger.

Em termos de apoio a ações de não agressão à natureza, além do BioCMPC, a companhia mantém o RS+Renda, que é, segundo o diretor-geral, um dos primeiros negócios inclusivos de bioeconomia no Brasil. “O programa possibilita que produtores rurais e proprietários de terras passem a integrar a cadeia produtiva da CMPC, diversificando sua produção e proporcionando uma nova fonte de receita. As atividades do programa respeitam as normas de um rigoroso manejo florestal e contribuem para a diminuição dos impactos do efeito estufa. Com o RS+Renda, a CMPC tem a expectativa de ampliar sua base florestal em 15 mil hectares no Rio Grande do Sul”, explica Harger.

 A MAIOR INDÚSTRIA DE RS

O grupo CMPC completou 100 anos de atuação em 2020 e conta atualmente com mais de 17 mil colaboradores em 46 unidades industriais de oito países da América Latina. Presente no Brasil desde 2009, a CMPC produz, por ano, cerca de 1,9 milhão de toneladas de celulose – matéria-prima utilizada na fabricação de produtos de higiene pessoal (tissue), de embalagens e de vários outros itens presentes no cotidiano das pessoas. Maior indústria do Rio Grande do Sul, conforme o índice VPG (Valor Ponderado de Grandeza), a companhia conta com 6,6 mil profissionais atuando em suas operações industriais, florestais e portuárias.

No ano passado, a multinacional chilena assumiu o controle das operações de três unidades industriais da Iguaçu Celulose e Papel. Com esse movimento, a CMPC passa a operar no Brasil com suas três linhas de atuação – a de embalagens sustentáveis (biopackaging) soma-se aos negócios de celulose, com a unidade industrial de Guaíba, e de Papéis Tissue, com a Softys. Localizadas nos Estados do Paraná (Piraí do Sul e São José dos Pinhais) e de Santa Catarina (Campos Novos), as plantas adquiridas têm capacidades anuais de fabricação de agregados de 105 mil toneladas de celulose; 120 mil toneladas de papel sack-kraft; 21 mil toneladas de papéis especiais, além de linhas de conversão para produzir 500 milhões de unidades de sacolas de papel por ano. Com elas, a CMPC aumenta a capacidade de produção anual de sacos de papel para cerca de 1,5 bilhão de unidades, consolidando-se como o segundo player global nesse setor.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *