O cultivo de Pinus no Rio Grande do Sul está em um momento crítico, com estagnação na implantação de novas áreas e tendência de redução, conforme aponta o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (21) pela Emater/RS-Ascar. Na região de Passo Fundo, o setor opera com a madeira remanescente de estoques limitados, enquanto alguns bosques continuam sendo comercializados para empresas de Santa Catarina.
Na região de Santa Maria, a área plantada em 2022 foi estimada pelo IBGE em 9.400 hectares, principalmente concentrada nos municípios de Cachoeira do Sul, São Francisco de Assis e São Vicente do Sul. O uso da madeira, destinado principalmente à produção de tábuas, ripas e itens de construção civil, é mais restrito que o do eucalipto, e a ausência de um polo madeireiro estruturado dificulta o processamento adequado do Pinus.
Enquanto a colheita das áreas plantadas avança, o ritmo de novos plantios não acompanha a demanda. Mesmo com o surgimento de medidas legais menos restritivas para o licenciamento de projetos de silvicultura, a concorrência por terras destinadas à cultura da soja é um dos principais entraves para a retomada do plantio em maior escala.
Os preços da madeira de Pinus variam de acordo com o local e o diâmetro das toras. Em Cachoeira do Sul, o Pinus em pé na floresta com diâmetro entre 7 e 40 cm é vendido a R$ 50,00/m³, enquanto toras maiores, acima de 40 cm, podem atingir R$ 350,00/m³. Em Jaguari, as toras de diâmetro acima de 30 cm alcançam R$ 250,00/m³ na floresta e R$ 400,00/m³ quando entregues no pátio do consumidor.
Em Santiago, a madeira com diâmetros a partir de 15 cm tem preços de R$ 200,00/m³, mas toras maiores, acima de 30 cm, podem ultrapassar R$ 300,00/m³.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, de acordo com o Censo Agropecuário do IBGE (2017), havia cerca de 51.981 hectares de eucalipto implantados. Já para a acácia-negra seriam 17.185 hectares implantados nas regiões de relevo ondulado a fortemente ondulado. O anuário da Associação Gaúcha das Empresas Florestais (AGEFLOR) de 2022 (ano-base 2021), informa que no Corede Sul haviam implantados 76.267 hectares de eucalipto, 26.221 hectares de acácia-negra e 63.255 hectares de pinus. As áreas se mantêm praticamente estáveis ao longo dos últimos anos. Algumas empresas possuem programas de fomento para implantar e explorar florestas com eucalipto e acácia-negra.
A partir de 2023, devido a vários fatores, como a valorização expressiva da madeira, os programas de fomento e de incentivos das empresas florestais, as frustações de safra, os preços da soja e os preços defasados da pecuária de corte, os produtores rurais começaram a retomar o interesse em implantar áreas com essas espécies exóticas.
Os preços pagos ao produtor apresentam grandes variações em razão da trafegabilidade nas estradas rurais internas para retirar a madeira, do tamanho dos maciços florestais e da possiblidade de realizar a colheita e o baldeio de forma mecanizada. Os preços para a acácia-negra na propriedade rural estão em R$ 130,00/st empilhado na estrada interna da propriedade. Os preços para o eucalipto estão entre R$ 90,00 e R$ 100,00/st empilhado na beira da estrada interna da propriedade rural. Os valores da lenha posto nas unidades consumidoras (incluindo o carregamento do caminhão, frete do deslocamento e o
descarregamento) varia entre R$ 130,00 a R$ 150,00.