Ageflor – Associação Gaúcha de Empresas Florestais

Exportações brasileiras de madeira em 2024 mostram estabilidade. USA e Europa são os principais mercados.

A Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC), divulgou na segunda-feira (6), os dados consolidados da balança comercial brasileira de 2024. No acumulado de janeiro a dezembro de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado, as exportações totais caíram -0,8% e somaram US$ 337,04 bilhões. As importações cresceram 9,0% e totalizaram US$ 262,48 bilhões. Com esses resultados, a balança comercial teve superávit de US$ 74,55 bilhões e a corrente de comércio registrou aumento de 3,3%, atingindo US$ 599,52 bilhões. 

Os dados da balança comercial brasileira são de suma importância para avaliar a saúde econômica do país, pois ao fornecerem informações sobre o equilíbrio entre exportações e importações, refletem a competitividade do Brasil no comércio internacional. A Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), compilou os dados oficiais da Secex/MDIC e dividiu por segmento de produtos de madeira processada mecanicamente. Esse resumo das exportações de 2024 é enviado a todos os associados para que, com essas informações em mãos, os industriais possam planejar e montar suas estratégias para 2025, buscando fortalecer ainda mais sua posição no comércio global.  

Os resultados refletem os desafios enfrentados pelo setor durante 2024, entre eles os mais críticos como os entraves logístico-portuários, as greves dos servidores em órgãos anuentes nos processos de exportações, a ameaça de paralisação dos estivadores nos Estados Unidos e as guerras em curso que acometeram o cenário global no ano passado. 

O complexo cenário logístico impacta diretamente no volume exportado. “São muitas variáveis para as quais, infelizmente, não há soluções a curto prazo. As melhorias em infraestrutura para ampliar a eficiência nos serviços, demandam planejamento e investimentos em médio e longo prazo. Foi mais um ano em que enfrentamos atrasos para os embarques de nossos produtos, custos excessivos e operações que não atenderam nossas necessidades de escoamento”, afirma Paulo Pupo, superintendente da Abimci.

Os dados compilados pela Abimci mostram os Estados Unidos e União Europeia como os principais destinos dos produtos de madeira brasileiros em 2024. Quanto aos volumes exportados, houve variação entre os diversos segmentos madeireiros, com alguns registrando crescimento ou mantendo sua participação de mercado, enquanto outros apresentaram redução nas exportações. Essa oscilação, além dos fatores já mencionados, é influenciada por características específicas dos mercados de destino, suas sazonalidades, as taxas de juros e o desempenho do setor de construção civil dos países compradores.

“Apesar de todos os desafios enfrentados diante da complexidade e da dinâmica do mercado global, o setor madeireiro brasileiro manteve relativa estabilidade em termos de volume exportado em 2024. Embora tenhamos percebido uma pequena recuperação no volume embarcado nos últimos meses do ano, em grande parte devido à realocação de embarques represados e à liberação de reservas de espaço (bookings) antigos, quando analisamos o desempenho das exportações ao longo de 2024 e mesmo nos últimos dois anos, os números não refletem, necessariamente,  aumento real das nossas exportações e, sim, mais uma recuperação das quedas ocorridas desde 2022. Porém, alguns segmentos registraram, sim, crescimento em 2024, mas isso precisa ser analisado de forma mais aprofundada para cada produto exportado”, conclui Pupo.

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