Antes de virar uma das principais marcas de móveis do Brasil, a Todeschini fez fama devido aos acordeões. A indústria de Bento Gonçalves produziu, até a década de 1970, instrumentos musicais que conquistaram desde principiantes até Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. O fundador da fábrica foi Luiz Matheus Todeschini (1906-1996).Em Veranópolis, o menino teve os primeiros ensinamentos com Túlio Veronese, o “vovô das gaitas”. A família foi morar depois em Bento Gonçalves, na Linha 15 da Graciema. Aos 13 anos, Luiz passou a trabalhar na oficina de Luigi Somensi, um vizinho que consertava acordeões e joias.
Todeschini ficaria responsável pela produção após o falecimento do amigo em 1930. Inicialmente, dividiu o lucro com a viúva. Em 1932, comprou a fábrica, transferida para a área urbana de Bento Gonçalves. Mesmo pequena, o nome projetava o futuro grandioso: Grande Fábrica de Instrumentos Musicais a Foles de Luiz M. Todeschini.
Em 1939, alguns funcionários viraram sócios da indústria, renomeada para Todeschini e Cia Ltda. A firma comprou um prédio maior, desocupado por uma cantina.
A fábrica empregava 150 funcionários em 1950, quando a Revista do Globo apresentou a Acordeões Todeschini S.A. como a “maior fábrica de acordeões do Brasil”. Obras de novos pavilhões estavam em andamento.
A empresa cresceria ainda mais na década de 1960, mas a ascensão da guitarra impactou o mercado de acordeões. Em função da queda nas vendas, a indústria também passou a fazer móveis.
Todeschini vendeu o controle da empresa para José Eugênio Farina (1925-2020). Em 13 de agosto de 1971, quando o novo controlador terminava de pagar pelas ações, um grande incêndio atingiu a maior indústria de acordeões da América Latina.
A Todeschini apostou na produção de móveis e se reergueu. A fabricação de acordeões foi interrompida em 1973.
Fonte: Almanaque Gaúcho – GZH