O descasamento entre demanda e oferta de madeira no Estado, hoje desequilibrado pela queda do consumo, pode se inverter nos próximos anos e o Rio Grande do Sul viver um novo período, desta vez com procura maior do que a disponibilidade. O alerta é da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), que na quinta-feira apresenta o relatório sobre o desempenho do setor em 2015.
O presidente da entidade, Diogo Carlos Leuck, observa que a área plantada com florestas no Estado (eucalipto, pinus e acácia) vem caindo desde 2010, quando chegou a 700 mil hectares. Ano passado, foram 593 mil hectares. A retração, aponta Leuck, é atribuída a contratempos para o licenciamento ambiental até mesmo para o replantio e dificuldade de cumprimento de legislação relacionada à segurança dos trabalhadores.
O quadro, entende o dirigente, é agravado pela queda dos preços da madeira este ano, em razão do mau desempenho da construção civil e, por consequência, também da indústria moveleira. Com isso, explica, as florestas deixam de ser colhidas e vão envelhecendo. E as novas, plantadas agora, não estarão prontas para atender à possível recuperação da economia, da construção civil e da indústria moveleira.
– Isso nos leva à preocupação de que, daqui a alguns anos, essas florestas ficarão velhas e teremos falta de florestas maduras. Deveríamos ter agora cerca de 700 mil hectares de florestas plantadas – diz Leuck, apontando que o problema poderá ser sentido de forma mais aguda a partir de 2019.
A despeito da recessão, o setor florestal agregou ao PIB gaúcho, ano passado, R$ 13,7 bilhões, ante R$ 11,3 bilhões em 2014.
Fonte: Zero Hora