Ageflor – Associação Gaúcha de Empresas Florestais

Com 55% de área preservada, setor de papel e celulose mostra eficiência ao aliar produção e sustentabilidade

São mais de cinco mil produtos que o setor de papel e celulose é capaz de produzir, que são recicláveis e, em grande parte, biodegradáveis. Além da ampla gama de artigos, a live do “Caminhos do Agro SP” desta quarta-feira, dia 11, mostrou como o segmento é capaz de aliar preservação com produção, ser sustentável e economicamente viável.

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira, destacou que tudo isso é possível porque o segmento investe pesadamente em pesquisa, empenhado em aperfeiçoar as linhas de produção industrial. “O setor de papel e celulose é um dos grandes patrimônios do agronegócio do Brasil e de São Paulo, com muita tecnologia empregada. Sem dúvida, é uma potência nacional, pois representa uma receita bruta muito grande de quase R$ 100 bilhões e corresponde a 1,2% do PIB do País”, informou.

Parte destes números positivos é fruto do trabalho de pesquisadores como Maurício Rossi Bordin, que atua no Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea) do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e desenvolve um trabalho no segmento de padronização de embalagens, que reforça as vantagens das embalagens do papelão ondulado frente às caixas de madeira e beneficia produtores para a redução de perdas especialmente para frutas, verduras e legumes.

“A pesquisa é o alicerce que permite à nação crescer e à indústria se desenvolver. O uso de embalagens de madeira ainda é em maior volume, mas estamos fazendo trabalho de conscientização junto aos produtores para mostrar de maneira comprovada que eles podem obter muitas vantagens com o papelão ondulado: superfície lisa, mais higiênica, mais leve, única e reciclável”, apontou.

Além dos ganhos financeiros, o setor gera quase 4 milhões de postos de trabalho, possui 9 milhões de hectares de área de plantio, sendo 1,2 milhão de hectares em São Paulo. Em contrapartida, o setor tem outros 5,9 milhões de hectares de áreas de vegetação nativa preservadas.

Para o presidente-executivo da Ibá, Associação da Indústria Brasileira de Árvores, Paulo Hartung, é preciso desmistificar cada vez mais o trabalho do segmento acompanhando o mercado consumidor que exige informação, está interessado na rastreabilidade e nos processos de produção dos produtos que consome. “Da mesma forma que o setor planta, ele conserva. O Brasil tem uma janela de oportunidade no mundo. No entanto, um dos desafios é melhorar o ambiente de negócios para as empresas. O Estado não pode ser uma rota de obstáculos para quem quer empreender, gerar renda e emprego”, sinalizou.

Projeto desafiador

Uma das vertentes do setor é a produção de celulose solúvel. O principal produto extraído desta matéria-prima é a viscose, que vem ganhando cada vez mais espaço na indústria têxtil. Apostando na demanda crescente de mercado, a Bracell, líder global produção de celulose solúvel, investiu no Projeto Star em Lençóis Paulista (SP), para expandir a sua capacidade de produção das atuais 250 mil toneladas/ano para mais 1,250 milhão de toneladas/ano, de forma a atingir 1,5 milhão de toneladas por ano.

O trabalho de expansão deve ser concluído até segundo semestre de 2021 e, ao final, deverá representar o maior investimento privado no Estado de São Paulo nos últimos 20 anos, alcançando a marca de R$ 8 bilhões.

Além da produção de celulose solúvel, a empresa desenvolveu uma tecnologia única para esta unidade. A fábrica também fornecerá e distribuirá energia equivalente para atender 750 mil residências. O projeto contará com uma subestação isolada a gás de 440 KV, que aumentará a segurança no sistema de fornecimento de energia verde para a rede nacional, que será gerada a partir da queima da fração orgânica do licor (sistema de recuperação química).

“Atualmente, contamos com 9.500 pessoas envolvidas em todo o projeto. Ele foi desenvolvido para se conectar à rede nacional de distribuição de energia e não há outra fábrica que se instalou dessa maneira. Inovamos e contamos com uma subestação que é só usado em hidrelétricas de grande porte”, explicou o diretor geral da Bracell São Paulo, Pedro Wilson Stefanini.

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