Nesta quarta-feira (21), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reuniram-se com representantes da indústria de papel e celulose no Palácio do Planalto para dialogar sobre o cenário do setor e discutir ações de fomento. O encontro faz parte de uma série de reuniões que vêm sendo realizadas com setores produtivos do país, como a que ocorreu com os fruticultores em março deste ano.
Também participaram da reunião o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; o ministro da Casa Civil, Rui Costa; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; e a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá.
Na ocasião, a indústria de papel e celulose anunciou investimentos de R$ 105 bilhões até 2028, destinados à abertura de novas fábricas, à ampliação de plantas já existentes, e a obras de infraestrutura logística para o escoamento da produção, entre outras ações. O anúncio foi feito pelo presidente da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), Paulo Hartung, durante a reunião.
“Esse é um anúncio superimportante, que mostra confiança no Brasil”, afirmou Alckmin. “E é um setor que representa bem a Nova Indústria Brasil. É uma indústria inovadora, que conta com recursos de TR para inovação; uma indústria verde, com acesso ao Fundo Clima do BNDES; uma indústria competitiva, que contará com LCD (Letra de Crédito do Desenvolvimento) e depreciação acelerada para estimular o setor; e fortemente exportadora. É fundamental para o saldo da balança comercial brasileira”, completou o vice-presidente.
O ministro Carlos Fávaro destacou o compromisso do Governo Federal na busca por fomentos. “É um setor muito importante para o país, pois gera muitas oportunidades. O Brasil é o maior exportador e o segundo maior produtor de celulose do mundo. Este encontro foi muito satisfatório, estamos trabalhando para ter essa relação mais próxima com as demandas do agro brasileiro”, evidenciou.
Segundo a IBÁ, que representa 47 empresas do setor e 10 entidades estaduais ligadas a produtos derivados dessa indústria – como painéis de madeira, pisos laminados, celulose, papel, florestas energéticas e biomassa –, os projetos devem empregar 36 mil trabalhadores durante as obras e gerar outros 7,3 mil empregos diretos e indiretos quando as unidades entrarem em operação.
De acordo com Paulo Hartung, os investimentos serão alocados em novas fábricas no país. “São investimentos feitos em regiões, via de regra, com baixíssimo dinamismo econômico. E as florestas cultivadas estão sendo implementadas, nos últimos anos, basicamente substituindo pastagens produtivas”, informou. Segundo ele, os projetos seguem o programa do Ministério da Agricultura para a conversão de áreas de baixa produtividade de pastagens.
COMPETITIVIDADE
Com quase 10 milhões de hectares de áreas produtivas plantadas (eucalipto, pinus e outras espécies), a indústria de papel e celulose gerou US$ 10,3 bilhões de divisas para o país em 2023, ou cerca de 3% de tudo o que o Brasil exportou no ano passado. O saldo comercial (exportações menos importações) foi de US$ 9,2 bi.
De acordo com o último relatório anual da IBÁ, o setor como um todo gerou 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos em 2022.
A indústria brasileira nessa área também se destaca pela sustentabilidade, com 90% de toda a energia consumida nos processos produtivos sendo gerada a partir de fontes renováveis.
*Com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços