Ageflor – Associação Gaúcha de Empresas Florestais

Lignum e Semana Internacional da Madeira superam expectativas com 11 mil visitantes

Evento reúne líderes da cadeia produtiva da madeira e de base florestal de 21 estados brasileiros e 22 países para debates sobre o mercado, exposição de novas tecnologias e eventos técnicos.

Impossível imaginar nossa vida sem a madeira. A matéria-prima está em diversos momentos do nosso dia a dia. Nos móveis, nas portas, nos pisos. A madeira é usada como combustível em processos diversos, como a secagem de grãos, na indústria siderúrgica e no aquecimento de granjas. Ou para o preparo de alimentos, com lenha ou carvão. Isso sem falar no papel e papelão das embalagens, caixas, papel higiênico e outros produtos feitos de papel.

Para tudo isso, o Brasil tem hoje cerca de 10 milhões de hectares com árvores plantadas, exclusivamente para fins industriais, principalmente pinus e eucalipto. É uma verdadeira lavoura de árvores, que são colhidas em um processo altamente tecnológico e de acordo com manejo adequado, dentro de padrões internacionais de certificações ambientais.

Nos últimos dias, de 16 a 19 de setembro, todo esse universo foi discutido e apresentado durante a Semana Internacional da Madeira (SIM), que começou no dia 16, em Curitiba, com o 5º Woodtrade Brazil, no Centro de Eventos do Sistema Fiep. O evento, promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), em parceria com a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e a Malinovski, reuniu 720 participantes, entre empresários e lideranças do setor da madeira e de base florestal para tratar de temas sensíveis e relevantes dos mercados interno e externo, cadeia de suprimentos, desafios e oportunidades.

Nos quatro dias de programação, que incluíram também a Feira Lignum Latin America, o 6º Encontro da Cadeia Produtiva da Porta (Encapp), o 1º Lignum Talks, além de diversos eventos técnicos, realizados no Expotrade Convention Center, em Pinhais, a maioria dos participantes era de tomadores de decisões, como empresários, diretores, executivos e gerentes de grandes indústrias.

A AGEFLOR esteve visitando a Lignum através do presidente Daniel Chies, juntamente dos vices Tatiana Müller e Vitório Slompo. A entidade também fez parte do estande da ASBR – Associação Sul Brasileira de Empresas Florestais. Dos seus associados, estavam na feira a Arborgen e a Timber Forest. Ainda, o diretor da Haas Madeiras, Junior Haas, e o CEO da Solida Brasil Madeiras, Luis Daniel Woiski Guilherme, foram palestrantes da 5ª Woodtrade Brazil. Já o Pinus Conecta teve palestra de Afonso Mehl, Gerente de Negócios Florestais da Berneck, de Ramon Marcel da Silva, Coordenador de operações florestais da Irani, e de Richard Friz Caceres, Subgerente de Protección de CMPC (Chile).

A SIM, cujo ponto alto é a Lignum Latin America, feira da cadeia produtiva da madeira, encerrou a 5º edição com números recordes, consolidando-se como o principal evento do setor da indústria da madeira na América Latina. Foram 11.190 participantes, vindos de 21 estados brasileiros e 22 países da América Latina, Europa e Ásia. O número representa um aumento de 35% em relação à edição anterior, realizada em 2022. A feira também bateu o recorde de expositores, com 165 empresas participantes, representando um crescimento 40% maior que na última edição.

“A Lignum Latin America se fortalece cada vez mais como a principal feira da cadeia produtiva da madeira na América Latina. Em especial nesta edição houve uma presença expressiva de expositores e visitantes internacionais”, afirma Ricardo Malinvoski, diretor-geral da feira. Ele ressalta que a relevância do evento está no fato de reunir, em um mesmo local, durante três dias, as grandes novidades e tecnologias dos diferentes segmentos. “Os expositores conseguem apresentar aos visitantes as soluções em máquinas e equipamentos, proporcionando conexões, conhecimento e gerando negócios”, concluiu Malinovski.

Para Juliano Araujo, presidente da Abimci, os números são resultado de um trabalho a muitas mãos. “O sucesso desta edição da Semana Internacional da Madeira foi reflexo do envolvimento e da mobilização da equipe organizadora para trazer temas relevantes à discussão. Por isso, a cada edição, o evento ganha público mais qualificado que sabe que vai encontrar experiências e conhecimentos reais e aplicáveis ao dia a dia da indústria”, afirmou Araujo.

O superintendente da Abimci, Paulo Pupo, destaca a presença do governo e de lideranças de outros países nas diversas agendas da Semana. “Recebemos representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária, do Ministério das Cidades, do Serviço Florestal Brasileiro, além de líderes internacionais que elevaram ainda mais o nível da SIM. Esse tipo de participação qualificada reforça a relevância do evento e motiva o empresário a comparecer, sabendo que o tempo investido trará resultados e oportunidades estratégicas para o seu negócio” disse Pupo.

Ações do Mapa para fomentar a cadeia de florestas plantadas foram apresentadas na Semana Internacional da Madeira

O empenho do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em fomentar a inovação e a produção sustentável e rentável do setor florestal brasileiro ganhou destaque na abertura da Semana Internacional da Madeira (SIM).

A secretária-adjunta de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Mapa, Lizane Ferreira, ressaltou a relevância do evento para o setor florestal brasileiro, à medida que o conhecimento apreendido possibilita ao Ministério construir políticas públicas aplicáveis e exequíveis, além de abrir canais de diálogo e alinhamento com diversos segmentos que atuam nesse setor.

Em sua fala, Lizane trouxe, ainda, um pouco do trabalho que vem sendo realizado pelo Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas, que se tornou o espaço no Mapa de fomento e proposições para o desenvolvimento de estratégias para o fortalecimento dessa importante cadeia produtiva, atendendo ao Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas, que prevê a institucionalização do setor florestal a nível nacional. Dentre as ações apresentadas estiveram o Plano Floresta+Sustetável e suas diretrizes e o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD).

Evolução e desafios para o futuro do setor da madeira são retratados no WoodTrade Brazil

Mais de 700 participantes entre empresários, diretores e executivos de empresas do setor de madeira e base florestal de diferentes regiões e segmentos madeireiros do Brasil participaram, na segunda-feira (16), da 5ª edição do Woodtrade Brazil, no Centro de Eventos Sistema Fiep, em Curitiba (PR). Promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), em parceria com a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e a Malinovski, o evento apresentou o panorama atual e as principais tendências de mercado para o setor, que é um dos principais exportadores do país.

Com o objetivo de promover networking e troca de conhecimentos, o 5º Woodtrade Brazil apresentou palestras e painéis sobre suprimento florestal, competitividade das exportações brasileiras, desafios e oportunidades do mercado dentro e fora do país. “O setor de madeira e de base florestal representa 5% do PIB nacional, é muito representativo em faturamento e em produção”, destacou Juliano Vieira de Araujo, presidente da Abimci. Araujo disse ainda que, dentro da Semana Internacional da Madeira, o encontro entre empresários que trouxeram suas experiências do dia a dia nas indústrias, propiciou uma visão geral do que está acontecendo no mercado, dentro e fora do Brasil. “É uma grande troca de conhecimento que os ajuda a discutirem as melhores práticas industriais e comerciais”, finalizou.

O vice-presidente e coordenador do Conselho Setorial da Madeira da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Roni Junior Marini, que representou o presidente da Fiep, Edson Vasconcelos, na abertura, ressaltou a importância do setor madeireiro na industrialização do Paraná. “O sindicato da madeira foi um dos fundadores da Fiep e da indústria do estado que hoje é o que mais cresce em produção industrial no Brasil. Juntos com o setor madeireiro, a Fiep está trabalhando em pautas importantes como a de logística para dar condições para nossa indústria ser mais competitiva”, afirmou Marini.

Em sua fala de abertura, Ricardo Malinovski, CEO da Malinovski, citou a evolução histórica do Woodtrade Brazil e comemorou o número expressivo de participantes. “Começamos esse projeto em 2016 e há oito anos estamos construindo pontes extremamente férteis do setor florestal e também da indústria da madeira. Temos um lema que é ir além da floresta, e ir além da floresta é exatamente o que está acontecendo aqui nesta sala: batemos um recorde de público. O Woodtrade Brazil e a Semana Internacional da Madeira é uma jornada de experiências extremamente positivas que começa hoje e vai até quinta-feira”, disse.

Após a abertura, Malinovski abriu a programação com a palestra “O mercado florestal brasileiro e seus desafios”, na qual trouxe um panorama do setor florestal, citando os principais desafios como mão de obra qualificada, déficit de matéria-prima, alta de custos e as mudanças climáticas. O executivo também falou do futuro. “Haverá um crescimento da economia verde e consequentemente maior uso de materiais sustentáveis. E o Brasil tem tudo para se tornar o principal produtor mundial desses materiais”, afirmou.

Participaram do evento as representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Lizane Ferreira, diretora do Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas (DEFLO/SDI); e Jaine Cubas, coordenadora-geral de Desenvolvimento Florestal; além de Fernando Castanheira Neto, do Sistema Florestal Brasileiro (SFB). Lizane apresentou as ações da Rede Floresta + Iniciativa Conexão Florestal, no âmbito do Plano Floresta + Sustentável. Durante sua fala reafirmou a importância do setor. “Quando a Abimci me perguntou onde é a casa do setor de base florestal, eu disse que é no Ministério da Agricultura exatamente no Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas. Eu não tenho dúvida de que todos aqui são grandes parceiros, geradores e influenciadores e parte desse processo”, concluiu.

No painel Mercado de Produtos de Madeira, apresentado por empresários e coordenadores dos comitês de produtos da Abimci, foi mostrado um panorama dos segmentos madeireiros de madeira serrada, molduras, pellets, pisos, paletes e embalagens, portas e compensados. Os painelistas discorreram sobre a evolução e avanços, tanto produtivos quanto mercadológicos, alcançados ao longo dos anos, nos períodos pré e pós-pandemia, em volume de produção, de mercado e em estratégias de desenvolvimento. Alguns segmentos têm cenários em comum, como os de portas de madeira, molduras, pisos e compensados, cujas expansões estão ligadas às movimentações do mercado imobiliário dentro e fora do Brasil. A falta de mão de obra especializada e os gargalos logísticos foram os desafios elencados em todas as apresentações. Entres as estratégias de futuro, os empresários citaram a necessidade de investimentos em novas tecnologias e padronização da produção para agregar valor aos produtos.

O evento também abordou os cenários do Reino Unido e Estados Unidos, mercados para onde são destinados um percentual importante das exportações brasileiras. David Hopkins, executivo chefe da Timber Development UK (Federação Inglesa da Madeira), fez uma análise das tendências atuais, perspectivas e oportunidades para a indústria brasileira no contexto britânico. “O Brasil é responsável por 65% do mercado de madeira compensada do Reino Unido, por isso é muito importante para mim vir a um evento como este e conhecer os empresários brasileiros”, disse Hopkins. Também apresentou estimativas positivas para a economia daquele país, em especial a possibilidade de crescimento da construção civil para os próximos anos. “Com o novo governo e a previsão do primeiro-ministro permanecer no cargo nos próximos anos, há a possibilidade do mercado crescer. A taxa de juros e a inflação já estão reduzindo”, contextualizou Hopkins.

Segundo Hopkins, unindo o cenário de queda de inflação e as novas exigências para empreendimentos, a previsão é de que a construção civil cresça 2% em 2025 e 3,6% em 2026, o que se consolida como um ambiente promissor para as exportações brasileiras. “O nosso principal fornecedor de compensado é o Brasil, responsável por 60 a 65% do que utilizamos. E o Brasil tem muito potencial para continuar sendo o nosso maior fornecedor”, conclui.

Sobre o mercado americano, o maior importador de produtos madeireiros do Brasil, Brent J. McClendon, presidente e CEO da National Wooden Pallet and Container Association (NWPCA), falou das condições atuais e das tendências de crescimento. Ele se referiu ao Woodtrade Brazil como o resultado da capacidade de mobilização das associações como a Abimci. “Este é um momento muito importante e mostra o poder das associações como a nossa e a Abimci. Nós aproximamos as pessoas, aproximamos líderes para desempenhar um papel importante para a indústria”, disse McClendon. A NWPCA tem membros em 40 países e, segundo McClendon, o trabalho da entidade se baseia na visão dos empresários. “O que fazemos é pela ótica de pessoas como vocês, que trabalham com a madeira, que reciclam a madeira”, acrescentou.

McClendon afirmou que o setor de paletes é um indicador econômico nos Estados Unidos. “Tudo é movimentado em paletes de madeira, 90% do comércio americano utiliza o palete. Aproximadamente 2 bilhões de paletes são usados por dia nos EUA e 45% da madeira serrada produzida no país é empregada na fabricação desse produto, sendo que 10% importamos do Brasil”, disse. O americano reforçou que o mercado estadunidense é uma excelente oportunidade para o produto brasileiro. “Todos os nossos membros estão consumindo um volume significativo de madeira. No Brasil há muitas oportunidades quando olhamos para normalização, conservação e nós queremos conhecer a compartilhar boas práticas entre nossos países”, afirmou McClendon. A programação da Semana Internacional da Madeira (SIM) prossegue até esta quinta-feira (19), com uma programação diversificada, que inclui a Feira Lignum Latin America, o 6º Encapp e, no estande da Abimci, o Lignum Latin America Talks, além de eventos simultâneos com conteúdos técnicos, inovações, tendências e tecnologias emergentes que estão moldando o futuro da indústria madeireira.

Fonte: Fiep

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