Por Lindomar Lima Souza, Diretor do Negócio Embalagem da Irani
Considerado um eficiente termômetro da economia, o setor de embalagens sustentáveis permite antever como deverá ser o nível de consumo da população em curto prazo, se há expansão ou retração da renda e até entender se as empresas estão otimistas ou pessimistas em relação a suas vendas para os próximos meses. A resposta é fácil.
Para que a indústria de alimentos leve comida aos supermercados e estes ao consumidor, os produtos precisam ser embalados. Antes de sair do frigorífico, a carne é transportada em caixas de papelão – que precisa estar disponível no estoque da empresa em quantidade suficiente para a produção prevista.
Se esse setor está otimista quanto ao consumo, estimando que vai aumentar porque a renda da população melhorou, automaticamente demandará antecipadamente mais caixas.
O mesmo serve para o comércio. Quando o lojista sente que seu fluxo de vendas está melhor e acredita que deverá seguir positivo por determinado período, ele precisará de mais sacolas para entregar a compra ao cliente.
Ou seja, a encomenda que ele faz no ciclo anterior, neste caso, precisará ser maior. Nesse contexto, a indústria e o comércio se antecipam nas encomendas a partir de dados concretos do mercado.
Atualmente, as empresas operam com baixos volumes de estoques, reduzindo um pouco o tempo desta “temperatura” da economia futura. Com isso, o contexto que temos hoje é que este último trimestre do ano tem boas projeções – e também o início de 2025.
A Associação Brasileira de Embalagens em Papel registrou no primeiro semestre deste ano 5,4% de expansão nas vendas anuais. Para 2025, o estudo elaborado em parceria com a Fundação Getúlio Vargas projeta crescimento acima de 3% – acima da média anual do setor na última década, de 1,7%, mostrando a resiliência do segmento e também ampliação deste mercado ano a ano.
Outro fator que precisamos levar em consideração é a maior demanda por embalagens. As razões para a preferência são diversas, aponta a Trend Tracker 2023, pesquisa realizada pela Toluna a pedido de Two Sides, junto a 10,2 mil pessoas em 16 países, a maioria dos entrevistados considera o papel biodegradável (72%), mais barato (63%), melhor para o meio ambiente (58%), mais leve (57%) e mais fácil de reciclar (53%).
Ainda assim, claro, estamos vivendo um período bastante positivo com a renda da população ganhando maior poder de compra graças a retração na inflação e menor taxa de desemprego.
E aqui o termômetro que nosso setor oferece a economia se torna ainda mais preciso, pois reflete consumo de alimentos em mais quantidade e qualidade, mais compras no varejo e otimismo quanto ao futuro.