Artigo escrito por Sérgio Ribas, diretor-presidente da Irani Papel e Embalagem para o RCN
Quando falamos sobre a necessidade de modernização do parque industrial brasileiro costumo citar como exemplo uma campanha de televisão que chama consumidores a trocarem suas geladeiras antigas por modelos mais eficientes energeticamente. Na propaganda é apresentado um selo que facilita a identificação do consumo de energia de produtos eletrodomésticos, o Selo Procel, um estímulo à substituição pela economia gerada na conta de luz com o novo equipamento.
Guardadas as proporções, o mesmo vale para a indústria. É claro que os custos da troca de uma geladeira e de uma máquina industrial são infinitamente diferentes, mas, via de regra, equipamentos modernos têm como diferencial aumentar a produção com mais eficiência energética. Vivemos, sob o aspecto do custo de energia, um momento propício para atualizar o parque industrial. São os motores das máquinas fabris, especialmente as antigas, vilãs do consumo de energia. Equipamentos modernos tendem a possibilitar produzir mais com menos.
Se comparado a anos anteriores, não estivemos recentemente em um período de alta significativa no preço da energia. Assim, o recurso que deixamos de arcar em comparação com períodos de taxas elevadas pode ser aplicado em modernização. Mesmo indústrias, sobrecarregadas por impostos, que não conseguem ter isso como prioridade, porém, têm muito a contribuir. É possível monitorar e conter fugas de energia, assim como colocar em dia manutenções e adotar controles que podem reduzir o consumo, dia após dia.
Essa jornada pode incluir, ainda, a geração própria de energia, com o uso de fontes renováveis como solar, eólica e biomassa. Aqui, temos outro ponto crucial: pensar na base da energia que alimenta nossas indústrias é parte desse contexto. E sabemos que esse movimento de preços é cíclico e voltará a subir, em algum momento – e investindo agora em eficiência energética, o baque, depois, será menor.
Os muitos pleitos do setor produtivo por redução de custos, incentivos para modernização de máquinas, redução de preços do insumo e investimentos na diversificação de fontes de energia são uma forma de impulsionar mudanças e obter ganhos para toda a sociedade. Enquanto essas mudanças não ocorrem, no entanto, é dentro das fábricas que podemos agir. Conseguir gerar energia própria e colocar o excedente no mercado significa começar uma pequena revolução energética – e instigar outros players a também se movimentarem em busca de melhores soluções mais sustentáveis, economicamente e ambientalmente.
Sérgio Ribas é Diretor-presidente da Irani Papel e Embalagem, uma das principais indústrias de papel e embalagens sustentáveis do Brasil. Recentemente, a empresa foi certificada mais uma vez pelo GPTW (Great Place To Work) como uma das Melhores Empresas Para Trabalhar. Essa é a 6ª vez consecutiva que a empresa é reconhecida com a certificação, tendo conquistado o selo nos anos de 2017 e 2019 (quando o certificado era dado a cada dois anos), e em 2021, 2022 e 2023.
Controlada desde 1994 pelo Grupo Habitasul, tradicional grupo empresarial da região Sul do país, produz papéis para embalagens, chapas e caixas de papelão ondulado, além de resinas naturais de pinus, breu e terebintina, assegurando o fornecimento de produtos de matéria-prima renovável com alta qualidade.
Conta com unidades produtivas localizadas em Vargem Bonita (SC), Santa Luzia (MG), Indaiatuba (SP) e Balneário Pinhal (RS), além de responder pela gestão de florestas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.