Cadastro Florestal tem 1.228 unidades de produção informadas, totalizando mais de 57 mil hectares de florestas plantadas. As espécies mais cultivadas são acácia-negra (22 mil hectares), pinus (19 mil hectares) e eucalipto (15 mil hectares). Entre os consumidores de produtos florestais, o Cadastro tem 12.815 empreendimentos listados.
Estes dados foram apresentados durante a reunião da Câmara Setorial de Florestas Plantadas, realizada de forma híbrida nesta segunda-feira (29) pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
“O cadastro ainda está em construção, mas já temos um panorama interessante. É importante que ele seja o mais completo possível, para que possamos ter um diagnóstico do setor e delinear políticas públicas específicas”, explica o engenheiro florestal da Seapi Tiago Fick.
“O cadastro de produtores e consumidores de materiais florestais tem um grande potencial certificador. Neste momento, de olhos voltados para o mercado internacional, o cadastro atesta o uso responsável do recurso florestal”, complementou o diretor do Departamento de Defesa Vegetal (DDV/Seapi), Ricardo Felicetti.
O chefe da seção de Florestas Plantadas da Seapi, Fabrício Azolin, pontuou que a adesão ao cadastro por parte dos consumidores foi muito boa, mas que ainda é preciso avançar no cadastro de cultivos. A área estimada de cultivo de florestas plantadas no Rio Grande do Sul é de 900 mil hectares.
“É um gargalo que temos hoje, mas estamos caminhando para solucioná-lo. Já realizamos três capacitações para os profissionais responsáveis pelo cadastramento, teremos mais uma agora em maio, em Santa Maria”, informou.
Novas embalagens de carvão vegetal
A Câmara Setorial também discutiu e aprovou uma minuta de Instrução Normativa para que haja alteração nas embalagens de carvão vegetal comercializadas, a fim de incluir a frase “carvão vegetal de florestas plantadas”.
“Isso dará uma maior compreensão ao consumidor. Mesmo que algumas embalagens digam que o carvão vegetal é de acácia-negra, não fica claro ao leigo que é oriundo de florestas plantadas”, explicou Fabrício.
Os integrantes concordaram em ajustar a minuta para que o prazo para mudança das embalagens seja de dois anos a partir da publicação da instrução normativa. O texto aprovado será encaminhado ao secretário da Agricultura, para avaliação, assinatura e publicação.
Relato sobre vespa-da-madeira
O professor Jorge Farias, da Universidade Federal de Santa Maria (Ufsm), trouxe o relato de pesquisadores de São Paulo sobre a ocorrência de uma nova praga em espécies florestais, a vespa-da-madeira. A espécie encontrada, Sirex californicus, é de origem norte-americana e ataca o caule de espécies pinus. O primeiro registro do inseto ocorreu em 2023, e mais indivíduos foram detectados em municípios paulistas na fronteira com o Paraná. O encaminhamento da Câmara Setorial é para que haja um contato com o Ministério da Agricultura e Pecuária solicitando orientações quanto a estratégias de monitoramento e controle.
Ao final da reunião, houve eleição para o posto de coordenador da Câmara Setorial, sendo eleito para o cargo o diretor-executivo da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Jorge Heineck.
Participaram da reunião representantes das seguintes entidades: Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Ageflor, Associação dos Produtores e Empacotadores de Carvão Vegetal do Rio Grande do Sul (Apecave), Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Sindimadeira RS e Ufsm.
Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi)
